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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Interpretações de textos - 8ºano


 Acesse o link:Interp Texto Eduardo e Mônica
QUADRILHA, de Carlos Drummmond de andrade

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Atividade relacionada
Responda:
1-    Qual a visão do poeta em relação ao relacionamento amoroso: crítica, irônica ou trágica?

2-    De acordo com o texto, como que é o relacionamento amoroso?

3-    Essa forma de interpretar o relacionamento amoroso pode ser considerada moderna? Por quê?

4-    Analisando o poema, o título “Quadrilha”, foi bem escolhido? Por quê?

5-    O poema “Quadrilha” é leve e bem humorado. Apesar disso, ele é reflexivo? Justifique sua resposta.

6-    Esse poema pertence ao livro Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1930. Use a sua criatividade e reescreva o poema utilizando termos ou expressões relacionadas aos dias atuais.
 
Fonte: Português Linguagens – Willian Roberto Cereja / Thereza Cochar Magalhães – Volume 3 – pp. 213/214 (Adaptação)


 

Fonte da imagem: http://blogs.utopia.org.br/levi/files/coracoralina.jpg

As Cocadas

Eu devia ter nesse tempo dez anos. Era menina prestimosa e trabalhadeira à moda do tempo.
Tinha ajudado a fazer aquela cocada. Tinha areado o tacho de cobre e ralado o coco. Acompanhei rente à fornalha todo o serviço, desde a escumação da calda até a apuração do ponto. Vi quando foi batida e estendida na tábua, vi quando foi cortada em losangos. Saiu uma cocada morena, de ponto brando atravessada de paus de canela cheirosa. O coco era gordo, carnudo e leitoso, o doce ficou excelente. Minha prima me deu duas cocadas e guardou tudo mais
numa terrina grande, funda e de tampa pesada. Botou no alto da prateleira.
Duas cocadas só... Eu esperava quatro e comeria de uma assentada oito, dez, mesmo. Dias seguidos namorei aquela terrina, inacessível. De noite, sonhava com as cocadas. De dia as cocadas dançavam pequenas piruetas na minha frente. Sempre eu estava por ali perto, ajudando nas quitandas, esperando, aguando e de olho na terrina.
Batia os ovos, segurava gamela, untava as formas, arrumava nas assadeiras, entregava na boca do forno e socava cascas no pesado almofariz de bronze.
Estávamos nessa lida e minha prima precisou de uma vasilha para bater um pão-de-ló. Tudo ocupado. Entrou na copa e desceu a terrina, botou em cima da mesa, deslembrada do seu conteúdo. Levantou a tampa e só fez: Hiiii... Apanhou um papel pardo sujo, estendeu no chão, no canto da varanda e despejou de uma vez a terrina.
As cocadas moreninhas, de ponto brando, atravessadas aqui e ali de paus de canela e feitas de coco leitoso e carnudo guardadas ainda mornas e esquecidas, tinham se recoberto de uma penugem cinzenta, macia e aveludada de bolor.
Aí minha prima chamou o cachorro: Trovador... Trovador... e veio o Trovador, um perdigueiro de meu tio, lerdo, preguiçoso, nutrido, abanando a cauda. Farejou os doces sem interesse e passou a lamber, assim de lado, com o maior pouco caso.
Eu olhando com uma vontade louca de avançar nas cocadas. Até hoje, quando me lembro disso, sinto dentro de mim uma revolta – má e dolorida - de não ter enfrentado decidida, resoluta, malcriada e cínica, aqueles adultos negligentes e partilhado das cocadas bolorentas com o cachorro.
Cora Coralina
Fonte: http://leiturativa.blogspot.com.br/2007/05/as-cocadas.html

Acesse o link:Int Texto - Cora Coralina - 8 Ano  Interpretação As três rosasInt Texto 8 AnoEra uma vez... Dinâmica em sala Fonte: http://acervodeprofessor.blogspot.com.br 



TEXTO: MEU IDEAL SERIA ESCREVER... – Rubem Braga


Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a  cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!”
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário ((autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.”
E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...”
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
01) Por que o autor deseja escrever uma história engraçada?
02) Por que ele diz que a moça tem uma casa cinzenta, e não verde, azul ou amarela?
03) Ao descrever um raio de sol, o autor lhe atribui características que, de certa forma, se opõem às da moça. Cite algumas dessas características opostas.
04) Como você interpretaria a oração “que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria”?
05) O autor sonha em tornar mais felizes e sensíveis apenas as pessoas de seu país? Justifique.
06) Relacione as colunas conforme as reações das pessoas diante da história:
(a) moça triste (     ) libertaria os detentos, dizendo-lhes para se comportarem, pois não gostava de
prender ninguém
(b) amigas da moça triste (     ) sentir-se-ia tão feliz que se lembraria do alegre tempo de namoro
(c) casal mal-humorado (     ) ficariam espantadas com a alegria repentina da moça
(d) comissário do distrito (     ) concluiria que teria valido a pena viver tanto, só para ouvir uma história tão
engraçada
(e) sábio chinês (     ) ficaria feliz e contaria a história para a cozinheira e as amigas

07) Por que o autor não contaria aos outros que havia inventado a história engraçada para alegrar a moça triste e doente? Copie a alternativa correta:
(a) porque, na verdade, a moça triste não existia
(b) por que ele mesmo não achava a história engraçada
(c) por modéstia e humildade
(d) porque não acreditariam que ele fosse capaz de inventar aquela história

08) Afinal, que história Rubem Braga inventou para alegrar e comover tantas pessoas? 
09) Na sua opinião, o que mais sensibiliza as pessoas: histórias engraçadas ou dramáticas? Justifique.



TOCANDO EM FRENTE
(Almir Sater / Renato Teixeira)
  1. Ando devagar porque já tive pressa
  2. E levo esse sorriso porque já chorei demais
  3. Hoje me sinto mais forte, mais feliz,
  4. Quem sabe eu só levo a certeza
  5. De que muito pouco eu sei
  6. Ou nada sei
  7. Conhecer as manhas e as manhãs
  8. O sabor das massas e das maçãs
  9. É preciso amor para poder pulsar
  10. É preciso paz para poder sorrir
  11. É preciso chuva para florir
  12. Penso que cumprir a vida seja simplesmente
  13. Compreender a marcha e ir tocando em frente
  14. Como um velho boiadeiro levando a boiada
  15. Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu sou
  16. Estrada eu vou
  17. Todo mundo ama um dia
  18. Todo mundo chora um dia
  19. A gente chega e no outro vai embora
  20. Cada um de nós compõe a sua história
  21. E cada ser em si
  22. Carrega o dom de ser capaz
  23. E ser feliz
Após ler atentamente o texto, responda às questões:
1. Assinale mais de uma alternativa que esteja de acordo com o texto:
a. (   ) Para o poeta, a vida deve ser levada, tocada como uma boiada, pois não conseguimos entender a imprevisibilidade de ambas.
b. (   ) Só é possível ser feliz nesta jornada, depois de um toque de Deus, o velho boiadeiro, que nos impulsiona pela longa estrada da vida.
c. (   ) Só através do choro individual e de outros é que descobrimos o valor de um sorriso.
d. (   ) Manhãs, maçãs e chuva fazem parte da nossa história, já que não somos donos do nosso destino.
e. (   ) Segundo o poeta, para se viver, é necessário entender o andamento da jornada e continuar vivendo.
2. Marque as afirmativas com V para verdadeiro e F para falso, de acordo com o texto:
a. (   ) Viver é uma aprendizagem, fruto da observação atenta das alegrias e dos sofrimentos pelos quais passamos.
b. (   ) Ser feliz é o destino de todos os seres humanos, independendo das chegadas e das partidas.
c. (   ) A consciência do significado da vida e o dom da capacidade de construirmos a nossa história nos deixa mais fortes, mais felizes.
d. (   ) O poeta tem hoje um sorriso de serenidade porque nunca levou a vida com ligeireza.
e. (   ) Para podermos saborear a vida, precisamos vivenciar a paz e o amor, entre outros fatores que nos mostram que é possível compormos a nossa história com serenidade.
Assinale a única alternativa correta:
3. Há várias comparações no texto que nos leva a concluir que o poeta fala:
a. (   ) da boiada
b. (   ) do boiadeiro
c. (   ) do sabor das frutas
d. (   ) dos dias vividos
e. (   ) do dom da felicidade de cada um de nós
4. Nos versos 5 e 6, o poeta demonstra que se considera um homem:
a. (   ) orgulhoso
b. (   ) sem cultura
c. (   ) experiente
d. (   ) humilde
e. (   ) sem rumo definido.
Responda com suas palavras:
5. Como era a vida do poeta no passado? Comprove sua resposta com versos da poesia.
__________________________________________________________
Gabarito
Questão 1. Alternativas a, c, e
Questão 2. a. (V)       b. (F)       c. (V)      d.(F)        e.(V)
Questão 3. Alternativa (e)
Questão 4. Alternativa (d)
Questão 5. A vida do poeta era agitada e sofrida, demonstrado nos versos 1 e 2
Fonte: juniormax.com.br







Questão

No 1º quadrinho, a fala do personagem pode ser substituída por:
(A) “Quer namorar comigo?”
(B) “Você é muito bonita para mim!”
(C) “Você é muito simpática!”
(D) “Você é muito humilde!”



Resposta correta: B


O Bicho
Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão
Não era um gato
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.
 (Manuel Bandeira)

              Compreender:

1)      Explique o significado das palavras em destaque:
a)      “Catando comida entre os detritos”.
b)      “Engolia com voracidade”.
2)       Por que o poeta, para referir-se ao homem, empregou a palavra bicho em vez de animal?
3)      Na terceira estrofe, o poeta, além de construir frases negativas, repete uma mesma estrutura. O que isso sugere?
4)      A que estrofe você relacionaria a seguinte frase: “Fustigados pela imperiosa necessidade de se alimentar, os instintos primários exaltam-se, e o homem, como qualquer animal esfomeado, apresenta uma conduta mental que pode parecer a mais desconcertante.”
(  ) primeira estrofe    (  ) segunda estrofe   (  ) terceira estrofe
5)      Com esse texto, o poeta pretende informar apenas um fato observado ou comunicar uma determinada mensagem? Qual?

Discutir:
Uma parcela significativa da população brasileira e da população mundial passa fome. Discuta com os seus colegas:
a)      As possíveis causas da fome no Brasil.
b)      As conseqüências da fome no nível social, biológico e psicológico.

               Criar:
  
Com base neste texto, componha:

a)       uma poesia, expressando a realidade cruel em que alguns seres humanos vivem;
b)      uma dissertação analisando os problemas decorrentes da fome;

c)       um cartaz solicitando a participação da sociedade para o combate à fome.


Renato Russo - Geração Coca-Cola Parte inferior do formulário
Quando nascemos fomos programados
A receber o que vocês nos empurram
Com os enlatados dos USA, de 9 às 6.
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês.

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola.

Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser ?
Vamos fazer nosso dever de casa
E aí então vocês vão ver
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema com as suas leis

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola.
Compreender:
1)       No texto está presente uma oposição entre duas gerações. Quais são?
2)       Qual o sentido de enlatados no texto:
              (  ) Metido ou conservado em lata.
              (  ) Comestível enlatado importado
              (  ) Filme, geralmente em série, feito para a televisão e importado do exterior, de caráter alienante e de escassa qualidade artística.
3)       A denominação Geração Coca-Cola refere-se aos jovens.
a)       Que geração a criou?
b)       Essa denominação é uma característica elogiosa ou negativa? Por quê?

4)       De acordo com o texto, a Geração Coca-Cola é conseqüência de uma educação falha.
a)       Como foi essa educação?
               b)    Qual a reação do jovem em relação a essa educação?
(  ) submissão                      (  ) revolta                (  ) indiferença

5)       Os jovens mostram com ironia que são “bons alunos”. Como?
        6)   O que sugere o verso: “Suas crianças derrubando reis”?
Discutir:
1)       Em todas as épocas, é comum os jovens não aceitarem a educação recebida dos adultos.
a)       Por que acontece isso?
b)       Você concorda com a educação que está recebendo? Justifique.
c)       Se você tivesse um filho, como o educaria?
Criar:
a)       Crie uma poesia que expresse os sentimentos de sua geração em relação aos adultos.
b) Escreva uma carta aberta aos pais que expresse:
- suas reivindicações;
- seus medos;
- seus sonhos;
- suas frustrações;
- seu carinho;
- sua revolta.
Fonte: recebi por e-mail da colega Ivone Volpe.

TEXTO: MEU IDEAL SERIA ESCREVER... – Rubem Braga
Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a  cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!”
Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário ((autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa (habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.”
E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...”
E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
01) Por que o autor deseja escrever uma história engraçada?
02) Por que ele diz que a moça tem uma casa cinzenta, e não verde, azul ou amarela?
03) Ao descrever um raio de sol, o autor lhe atribui características que, de certa forma, se opõem às da moça. Cite algumas dessas características opostas.
04) Como você interpretaria a oração “que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria”?
05) O autor sonha em tornar mais felizes e sensíveis apenas as pessoas de seu país? Justifique.
06) Relacione as colunas conforme as reações das pessoas diante da história:
(a) moça triste (     ) libertaria os detentos, dizendo-lhes para se comportarem, pois não gostava de
prender ninguém
(b) amigas da moça triste (     ) sentir-se-ia tão feliz que se lembraria do alegre tempo de namoro
(c) casal mal-humorado (     ) ficariam espantadas com a alegria repentina da moça
(d) comissário do distrito (     ) concluiria que teria valido a pena viver tanto, só para ouvir uma história tão
engraçada
(e) sábio chinês (     ) ficaria feliz e contaria a história para a cozinheira e as amigas

07) Por que o autor não contaria aos outros que havia inventado a história engraçada para alegrar a moça triste e doente? Copie a alternativa correta:
(a) porque, na verdade, a moça triste não existia
(b) por que ele mesmo não achava a história engraçada
(c) por modéstia e humildade
(d) porque não acreditariam que ele fosse capaz de inventar aquela história

08) Afinal, que história Rubem Braga inventou para alegrar e comover tantas pessoas?
09) Na sua opinião, o que mais sensibiliza as pessoas: histórias engraçadas ou dramáticas? Justifique.
Acesse o gabarito no link abaixo:
Fonte: http://atividadespracolorir.blogspot.com.br/2012/09/interpretacao-de-texto-8-e-9-ano.html

Interpretação de texto 7º/ 8º anos Liberdade - Cecília Meireles com gabarito

(Algumas das questões foram baseadas no Saresp, confira o gabarito no final da postagem)

Liberdade

Deve existir nos homens um sentimento profundo que corresponde a essa palavra LIBERDADE, pois sobre ela se têm escrito poemas e hinos, a ela se têm levantado estátuas e monumentos, por ela se tem até morrido com alegria e felicidade.
Diz-se que o homem nasceu livre, que a liberdade de cada um acaba onde começa a liberdade de outrem; que onde não há liberdade não há pátria; que a morte é preferível à falta de liberdade; que renunciar à liberdade é renunciar à própria condição humana; que a liberdade é o maior bem do mundo; que a liberdade é o oposto à fatalidade e à escravidão; nossos bisavós gritavam "Liberdade, Igualdade e Fraternidade! "; nossos avós cantaram: "Ou ficar a Pátria livre/ ou morrer pelo Brasil!"; nossos pais pediam: "Liberdade! Liberdade!/ abre as asas sobre nós", e nós recordamos todos os dias que "o sol da liberdade em raios fúlgidos/ brilhou no céu da Pátria..." em certo instante.
Somos, pois, criaturas nutridas de liberdade há muito tempo, com disposições de cantá-la, amá-la, combater e certamente morrer por ela.
Ser livre como diria o famoso conselheiro... é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho... Enfim, ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado é proclamar o triunfo luminoso do espírito. (Suponho que seja isso.) 
Ser livre é ir mais além: é buscar outro espaço, outras dimensões, é ampliar a órbita da vida. É não estar acorrentado. É não viver obrigatoriamente entre quatro paredes.

Por isso, os meninos atiram pedras e soltam papagaios. A pedra inocentemente vai até onde o sonho das crianças deseja ir. (As vezes, é certo, quebra alguma coisa, no seu percurso...)

Os papagaios vão pelos ares até onde os meninos de outrora (muito de outrora!...) não acreditavam que se pudesse chegar tão simplesmente, com um fio de linha e um pouco de vento!

 ...

Acontece, porém, que um menino, para empinar um papagaio, esqueceu-se da fatalidade dos fios elétricos e perdeu a vida.
E os loucos que sonharam sair de seus pavilhões, usando a fórmula do incêndio para chegarem à liberdade, morreram queimados, com o mapa da Liberdade nas mãos!
 ... 
São essas coisas tristes que contornam sombriamente aquele sentimento luminoso da LIBERDADE. Para alcançá-la estamos todos os dias expostos à morte. E os tímidos preferem ficar onde estão, preferem mesmo prender melhor suas correntes e não pensar em assunto tão ingrato.
Mas os sonhadores vão para frente, soltando seus papagaios, morrendo nos seus incêndios, como as crianças e os loucos. E cantando aqueles hinos, que falam de asas, de raios fúlgidos linguagem de seus antepassados, estranha linguagem humana, nestes andaimes dos construtores de Babel...



(MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho: crônicas Editora Record  Rio de Janeiro, 2002, p. 07.)

Após ler atentamente o texto, responda as questões de 1 a 10: 
1.De qual livro foi retirado o texto Liberdade? ____________________________________________
De quem é a autoria? _______________________________________________________________

(Nas questões 2 a 7, assinale a alternativa correta)
2.O texto afirma que
(A) a escravidão depende das escolhas das pessoas.
(B) a liberdade de um acaba onde começa a liberdade de outrem.
(C) as criaturas combatem a liberdade com entusiasmo juvenil.
(D) os sentimentos sombrios deslumbram a liberdade.

3. O resultado de ser livre é
(A) ampliar a órbita da vida.
(B) cantar a liberdade como nossos avós.
(C) viver sem sonhar.
(D) viver sem qualquer obrigação.

4. A liberdade é tão fundamental ao homem que
(A) certamente se prefere a morte à liberdade.
(B) com liberdade tudo se consegue na vida.
(C) onde não há liberdade não há pátria.
(D) sem liberdade não se constrói coisa alguma.

5. Em “Ser livre é ser responsável, é repudiar a condição de autômato e de teleguiado
(....)”, os termos destacados se referem a pessoas que

(A) comportam-se de forma imprevisível.
(B) desobedem às regras e às convenções.
(C) fazem só o que os outros lhes determinam.
(D) sabem muito bem o que devem realizar.

6. No segundo parágrafo do texto, entende-se que a Liberdade é
modernos.

(A) a inspiração para cantos antigos e
(B) o bem mais precioso do homem.
(C) um bem esquecido por nossos parentes.
(D) uma luta que, às vezes, vale a pena travar.

07. A questão central tratada no texto é

(A) a emoção dos antepassados.
(B) a felicidade das pessoas
(C) a liberdade humana.
(D)o combate à escravidão.

8.Qual o significado da palavra liberdade para você?

9.Você acha que  o Brasil, atualmente, é uma nação livre? Justifique sua resposta?

10.Releia: “Ser livre é não ser escravo; é agir segundo a nossa cabeça e o nosso coração, mesmo tendo de partir esse coração e essa cabeça para encontrar um caminho” (4º parágrafo). Como você compreende  esse trecho?

Gabarito:

1.Escolha seu sonho. Cecília Meireles (O aluno deve saber encontrar as informações sobre o texto, ver que estão logo abaixo e que o sobrenome na bibliografia vem primeiro, que o nome do livro geralmente aparece em itálico...)
2 B, 3 A, 4 C, 5 C, 6 B, 7 C,                  - 8, 9 e 10 – respostas pessoais.

12 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá! Obrigada pelas dicas.Adorei! Vou postá-las. Abraços! Geisa

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  2. Muito bom seu blog, utilizei alguns textos com meus alunos. Obrigada! Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá! Obrigada pelo elogio! À princípio, criei os blogs pensando em eliminar minha papelada, mas depois surgiram outros objetivos. a papelada continua. Rsrs...Tenho outros blogs também: http://gmmmz.blogspot.com.br/ e http://ourclass-ourclass.blogspot.com.br/
      Volte sempre! Abraços!
      Geisa

      Excluir
    2. Olá!Gostaria de dizer que adorei seu blog! Vou utilizar alguns dos textos com meus alunos também... Continue publicando!rsrs.

      Abços

      Excluir
  3. O MEU PAPAI NOEL

    O meu Papai Noel nada tinha a ver com aquele Papai Noel do qual me falaram quando eu era uma criança.
    O meu Papai Noel não era um velho gordo, de barba comprida.
    Ele era jovem, esguio, tinha uma excelente fisionomia e
    possuía uma barba não muito longa nem tampouco grisalha.
    Os seus olhos transmitiam um misto de piedade e esperança.
    O meu Papai Noel não andava sobre um trenó.
    Muitas vezes o viram caminhando sobre os montes, sobre as terras quentes dos desertos e
    até sobre as águas do mar... Montado no dorso de uma jumenta, um dia,
    ele adentrou, triunfante, numa cidade chamada Jerusalém.
    O meu Papai Noel não usava gorro.
    Cingiram a sua cabeça com uma torturante coroa de espinhos pontiagudos.
    O meu Papai Noel não transportava um saco repleto de brinquedos.
    Nas costas dele havia uma cruz de madeira rústica, muito pesada, e o
    púrpuro líquido que jorrava de seu corpo era o preço do perdão, o sangue da misericórdia.
    O meu Papai Noel não chegava às casas através das chaminés.
    Ele buscava as portas do coração e da alma.
    O meu Papai Noel chama-se Jesus Cristo, o Filho de Deus.
    O maior exemplo de amor, de perdão e de bondade já visto no mundo.
    Ele é o nosso maior presente!

    Poeta e Professor Ivo Júnior (Salgueiro – PE)

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  4. PAPAI NOEL SERTANEJO

    Imagino um Papai Noel Sertanejo. Um Papai Noel vivendo numa terra seca, no epicentro da caatinga, sob um sol causticante, sobre um chão tórrido. Um Papai Noel sem renas, mas montado num jumento. Um Papai Noel sem gorro, mas usando chapéu de couro. Um Papai Noel magro, artesão, vaqueiro, um herói anônimo. Um Papai Noel residindo distante das cidades grandes. Um Papai Noel que não conhece shopping Center. Um papai Noel que confecciona bonecas de ”sabugos” de milho, bonecos de madeira rústica, carrinhos de latas de óleo comestível, mamulengos de isopor e caroá, além de outros brinquedos a fim de arrancar sorrisos das crianças do lugar. Um Papai Noel super-homem, superando adversidades, rompendo barreiras, enfrentando o estigma das longas estiagens. Um Papai Noel de coração terno, de alma branda. Um Papai Noel honesto, desprovido de orgulho, semianalfabeto, letrado na arte de suportar problemas. Um Papai Noel temente a Deus, um homem simples, um sertanejo.
    POETA E PROFESSOR IVO JÚNIOR. ( Salgueiro – PE )

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  5. SINTO MUITO

    Sinto muito, mas neste Natal não irei ao seu encontro.
    Enquanto mastigar o peru, lembre-se de mim.
    Enquanto tomar um champanhe ou uísque importado, lembre-se de mim.
    Enquanto exibir as roupas e os sapatos, adquiridos numa loja de requinte, lembre-se de mim.
    Entretenha-se no parque de diversões, coma maçã, coma bolo, coma, enfim, o que convier.
    Se porventura alguém perguntar por que não irei ao seu encontro, ainda que duvidando da minha existência, diga que fui visitar os nossos irmãos da caatinga, flagelados da seca inclemente. Fui ter com as criancinhas famintas, andrajosas e tristes que choram, em silêncio, diante da chama fumegante de um candeeiro.
    Por favor, amigo, não me telefone. Estarei também com os meninos de rua, nos morros e favelas.
    Por favor, não me mande cartas nem telegramas. Estarei nos palcos de guerras e conflitos, tentando tornar flexíveis os corações mais empedernidos.
    Por favor, não me mande E-mail. Eu me encontrarei na solidão dos desertos e oceanos. Poderei ser visto, ainda, nos asilos, hospitais, presídios...
    Escuta, não é difícil de me encontrar. Facílimo é você não ouvir a minha voz, não entender a mensagem dos meus mansos olhos, não sentir a minha dor profunda.
    Mire-se no céu. Está vendo as estrelas? Pensa que são os olhos dos anjos?... É lá onde moro.
    Amigo, eu não perco de vista nem um grão de areia de suas pegadas.
    Se você quer celebrar o meu nascimento sem lembrar-se de mim, sinto muito mas não irei ao seu encontro, mesmo que você ostente na sala de estar uma enorme Árvore de Natal com um robusto Papai Noel sobre um lindo trenó à luz dos pisca-piscas.
    Por favor, procure-me! Você já sabe onde estou... e o seu Natal será o mais belo do mundo.

    Poeta e Professor Ivo Júnior. (Salgueiro-PE)

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    Respostas
    1. Obrigada pela visita e pela contribuição de seus textos maravilhosos.Vou postá-los, com certeza!
      Volte sempre!
      Abraços!

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  6. Olá, gostaria das respostas para Geração coca cola... Grata

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  7. Obrigada pelas dicas de textos gostei muito ,vou utilizar com meus alunos

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