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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Gênero textual:diário

Gênero textual: diário é o registro de ideias, opiniões acerca da realidade que nos cerca, expressar sentimentos de uma maneira geral, bem como registrar fatos ocorridos no cotidiano.

Existem dois grandes tipos de diário: diário pessoal e diário fictício.

Diário pessoal
– Trata-se de um relato íntimo destinado apenas para ser lido pelo seu autor. Não existem grandes preocupações literárias e a linguagem é simples e fluida e familiar. É repetitivo e usa a oralidade coloquial e o conteúdo faz referência aos mesmos episódios que o diário de ficção;
                                                                 EXEMPLO


Diário de ficção – refere-se a um diário genuíno, no qual o autor/a registra suas emoções e vivências do dia a dia. O autor faz descrição literal e presta atenção quanto ao uso da atenção da linguagem. Portanto, o diário de ficção é uma obra literária que apresenta a forma de anotações pessoais.

Estrutura do texto

- Vocativo – Como não está escrevendo para uma pessoa específica, mas sim para você mesmo (a), pode começar assim: “Meu querido diário”...

- A data – essa parte é essencial, pois daqui a uns vinte anos, poderá rever o que registrou numa determinada ocasião.

- Desenvolvimento – trata-se da parte na qual registrará as informações que desejar, não se esquecendo dos detalhes mais importantes, certo?


- Por fim, a assinatura, evidenciando o autor (a) do texto.



Uma página de diário
Clarissa abre o seu diário de capa verde e escreve:
Quero escrever neste diário tudo o que penso tudo o que sinto. Mas a gente nunca escreve tudo o que pensa, tudo o que sente. Por que será que só somos sinceros pensando?
Preciso ter um diário porque não tenho com quem conversar. As minhas colegas do Elementar não gostam de mim. (Não sei por quê!) a única que me procura é a Dolores.
No diário é como se eu estivesse conversando comigo mesma. Assim tenho a impressão de que estou menos só.
Que é que tenho para contar? O dia está lindo. Estamos no outono. No pátio de minha casa tem uma paineira florida. Bonito! Uma professora formada dizendo
“tem uma paineira”. O direito é “há uma paineira”. Mas fica tão pedante... Por que será que a gente nunca escreve como fala? Bom, mas a verdade é que ninguém vai ler o meu diário.
E se eu morrer? Se eu morrer, depois da missa de sétimo dia mamãe toda de preto vem chorando reunir as minhas coisas. Encontra este livro, abre. Lê e fica sabendo todos os meus segredos.
Não. Preciso destruir este diário antes de morrer. O pior é que a gente nunca sabe quando vem a hora da morte.
Mas eu ia dizendo que no nosso pátio tem uma paineira florida. De manhã os passarinhos fazem uma gritaria doida dentro dela. Se eu soubesse pintar, eu pintaria a nossa paineira.
Hoje, entrando na sala de visitas, senti a mesma coisa que sentia quando era guria. Quando olhei para o retrato do meu bisavô senti um medo esquisito, uma impressão de o retrato ia sair correndo atrás de mim. Bobagem! Um retrato não pode se mexer. Se os outros soubessem do meu medo, na certa riam de mim.
Mas o que eu sinto, não devo mentir. Pelo menos para mim mesma...

(Érico Veríssimo, Clarissa, 50. ed. São Paulo: Globo, 1999)



1. Para Clarissa, o diário é uma espécie de diálogo íntimo. Que frase do texto contém essa informação?
a) “Preciso destruir este diário...”
b) “Quero escrever neste diário tudo o que penso, tudo o que sinto.”
c) “... só somos sinceros pensando?”
d) “No diário é como se eu estivesse conversando comigo mesma.”

2. O diário suaviza a solidão de Clarissa. Assinale a frase que justifica essa afirmação.
a) “Assim tenho a impressão de que estou menos só.”
b) “As minhas colegas não gostam de mim.”
c) “Que é que tenho para contar?”
d) “A única que me procura é Dolores


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