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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Grafia de Datas e Horas

Datas
Existem três possibilidades para abreviar a grafia de datas:
  • com traço: 28-12-1945
  • com barra: 12/11/2002
  • com ponto: 21.10.2004
     Observações:
  • Os números cardinais devem ser escritos sem ponto ou espaço entre o milhar e a centena: 1999 (e não 1.999); 2002 (e não 2.002).
  • O ano pode ser registrado com os dois últimos dígitos: 12/11/02.
    - O primeiro dia do mês deve ser escrito assim: 1º (e não 1). Exemplo: 1º/5/02 ou 1º/05/02.
  • O emprego de zero antes do dia ou do mês formado de um só algarismo não é de rigor: 02/02/99 ou 2/2/99.
     Atualmente, no entanto, a anteposição de um zero é prática corrente, pois atende a objetivos estéticos. E é sempre aconselhável, quando se quer evitar fraude. 


Horas
  • Hora redonda: 8 horas; 9 horas; etc. Ou 8h; 9h; etc. (sem "s" e sem ponto depois de "h").
  • Hora quebrada: 8h30min; 9h43min, etc. (sem dar espaços entre os elementos e sem usar ponto depois de "h" e "min").


    Saiba Mais:

    1. A grafia com dois pontos, como em 
         08:00
         09:00
         10:05
         13:20

         é usada em áreas específicas, como em anotações de programação com horários em seqüência, de passagens, competições, agendas, horários anunciados pela televisão, etc.


    2. Dias, horas, crase e paralelismo

         Escreva assim:

         De segunda a sexta-feira
         De terça a quinta-feira

         ou

         Da segunda à sexta-feira
         Da terça à quinta-feira


         Não escreva assim:

         De segunda à sexta-feira
         De terça à quinta-feira


         Escreva assim:

         De 9h a 11h
         De 8h30min a 11h30min

         ou

         Das 9h às 11h
         Das 8h30min às 11h30min


         Não escreva assim::

         De 9h à 11h
         De 8h30min à 11h30min
         9h às 11h
         8h30min às 11h30min
Fonte: http://www.pucrs.br/manualred/datas.php
  • Leia também:
Horas ou H ou HS ou h ou hs?
1o) Horas deve ser abreviado com letra minúscula ( = “h”): “A reunião será às 3h.” O “H” (maiúsculo) é o símbolo do hidrogênio.
2o) Não faz plural: “A reunião será às 3h”, e não “…às 3 hs“.
3o) Devemos escrever horas por extenso quando nos referimos à duração: “Eles estiveram reunidos durante três horas”.
4o) Não há a necessidade dos “00″ para indicar os minutos. Não precisamos usar “3:00h“. Se houver minutos, podemos abreviar com “min”: “A reunião será às 3h30min”. Para mim, bastaria 3h30.
Observe a diferença:
“A reunião vai das 8h às 10h.” (A reunião começará às 8h e terminará às 10h);
“A reunião vai de oito a dez horas.” (A duração da reunião será aproximadamente entre oito e dez horas).
Vejamos agora um exemplo curioso enviado por um leitor:
“Este evento ocorrerá às 19 e 20 horas.”
Parece haver dois horários possíveis para o evento: às 19h e às 20h. A verdadeira informação era: “Este evento ocorrerá às 19h20min.”
Acesse o link: abreviaturas
professor, professores = Prof., Profs.
professora, professoras = Prof.ª, Profa., Prof.as, Profas.
senhor, senhores = S.r, Sr., S.rs, Srs.
senhora, senhoras = S.ra, Sra., S.ras, Sras.

Textos Descritivos Literários

 Na descrição literária predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de associaçõesconotativas que podem ser exploradas a partir de descrições de pessoascenáriospaisagens, espaçoambientessituações e coisas. Vale lembrar que textos de base descritiva também podem ocorrer tanto em prosa quanto em verso.


Descrição de pessoas
A descrição de personagem pode ser feita em primeira ou terceira pessoa. No primeiro caso, fica claro que o personagem faz parte da história; no segundo, a descrição é feita pelo narrador, que, ele próprio, pode fazer ou não parte da história.

Texto 4 - Retrato de Mônica

Mônica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de família, ser chiquíssima, ser dirigente da "Liga Internacional das Mulheres Inúteis", ajudar o marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar muitos jantares, ir a muitos jantares, não fumar, não envelhecer, gostar de toda gente, toda gente gostar dela, colecionar colheres do século XVII, jogar golfe, deitar-se tarde, levantar-se cedo, comer iogurte, fazer ioga, gostar de pintura abstrata, ser sócia de todas as sociedades musicais, estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria.
Tenho conhecido na vida muitas pessoas parecidas com a Mônica. Mas são só a sua caricatura. Esquecem-se sempre da ioga ou da pintura abstrata.
Por trás de tudo isto há um trabalho severo e sem tréguas e uma disciplina rigorosa e contente. Pode-se dizer que Mônica trabalha de sol a sol.
De fato, para conquistar todo o sucesso e todos os gloriosos bens que possui, Mônica teve de renunciar a três coisas: à poesia, ao amor e à santidade.
(Sonia de Mello Breyner Andersen)


Texto 5 - A Moreninha
D. Quinquina (como a chamam suas amigas) conversa sofrível e sentimentalmente: é meiga, terna, pudibunda, e mostra ser muito modesta. Seu moral é belo e lânguido como seu rosto; um apurado observador, por mais que contra ela se dispusesse, não passaria de classificá-la entre as sonsas. D. Clementina pertencia, decididamente, a outro gênero: o que ela é lhe estão dizendo dois olhos vivos e perspicazes e um sorriso que lhe está tão assíduo nos lábios como o copo de vinho nos do alemão. D. Clementina é um epigrama interminável; não poupa a melhor de suas camaradas: sua vivacidade e espírito se empregam em descobrir e patentear nas outras as melhores brechas, para abatê-las na opinião dos homens com quem pratica.
(Joaquim Manuel de Macedo)


Texto 6 - Manuel Pescada
Manuel Pedro da Silva, mais conhecido por Manuel Pescada, era um português de uns cinqüenta anos, forte, vermelho e trabalhador. Diziam-no atilado para o comércio e amigo do Brasil. Gostava da sua leitura nas horas de descanso, assinava respeitosamente os jornais sérios da província e recebia alguns de Lisboa. Em pequeno, meteram-lhe na cabeça vário trechos de Camões e não lhe esconderam de todo o nome de outro poetas. Prezava com fanatismo o marquês de Pombal, de quem sabia muitas anedotas, e tinha uma assinatura no Gabinete Português, a qual lhe aproveitava menos a ele que a filha, que era perdida por romances.
(Aluísio de Azevedo, O Mulato)


Texto 7 - Calisto Elói
Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e quatro anos. Não era desajeitado de sua pessoa. Tinha poucas carnes e compleição, como dizem, afidalgada. A sensível e dissimétrica saliência do abdômen devia-se ao uso destemperado da carne de porcos e outros alimentos intumescentes. Pés e mãos justificavam a raça qua as gerações vieram adelgaçando de carnes. Tinha o nariz algum tanto estragado das invasões do rapé e torceduras do lenço de algodão vermelho. A dilatação das ventas e o escarlate das cartilagens não eram assim mesmo coisa de repulsão.
(Camilo Castelo Branco, A queda dum anjo)


Texto 8 - O Dias
O Dias, que completava o pessoal da casa de Manuel Pescada, era um tipo fechado como um ovo, um ovo choco que mal denunciava na casca a podridão interior. Todavia, nas cores biliosas do rosto, do desprezo do próprio corpo, na taciturnidade paciente aquela exagerada economia, adivinhava-se-lhe uma idéia fixa, um alvo para o qual caminhava. Não desdenhava quaisquer meios para chegar mais depressa aos fins; aceitava, sem examinar, qualquer caminho, desde que lhe parecesse mais curto; tudo servia, tudo era bom, contanto que o levasse mais rapidamente ao ponto desejado: enriquecer.
(Aluísio de Azevedo, O Mulato)


Texto 9 - Descrição de grupos de personagens
A descrição abaixo, bastante rica e sugestiva, fala de um grupo de pessoas, as baianas, mais precisamente, de seu traje.
As chamadas baianas não usavam vestidos; traziam somente umas poucas saias presas à cintura, e que chegavam pouco abaixo do meio da perna, todas elas ornadas de magníficas rendas; da cintura para cima traziam uma finíssima camisa, cuja gola e manga eram também ornadas de renda; ao pescoço punham um cordão de ouro, um colar de corais, os mais pobres eram de miçangas; ornavam a cabeça com uma espécie e turbante a que davam o nome de trunfas, formado por um grande laço branco muito teso e engomado; calçavam uma chinelas de salto alto e tão pequenas que apenas continham os dedos dos pés, ficando de fora todo o calcanhar; e, além de tudo isto, envolviam-se graciosamente em uma capa de pano preto, deixando de fora os braços ornados de argolas de metal simulando pulseiras.
(Manuel Antonio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias)

Comentário sobre a descrição de pessoas
A descrição de pessoas pode ser feita a partir das características físicas, com predomínio da objetividade, ou das características psicológicas, com predomínio da subjetividade. Muitas vezes, o autor, propositadamente, faz uma caricatura do personagem, acentuando seus traços físicos ou comportamentais.
Os personagens podem ser apresentados diretamente, isto é, em um determinado momento da história, e neste caso a narrativa é momentaneamente interrompida. Podem, por outro lado, ser apresentados indiretamente, por meio de dados, como comportamentos, traços físicos, opiniões, que vão sendo indicados passo a passo, ao longo da narrativa.

Texto 10 - Retrato (Cecília Meireles)
Eu não tinha esse rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
(Cecília Meireles)
O poema de Cecília Meireles, abaixo transcrito, é exemplo de descrição em verso, em primeira pessoa. Nele, a autora fala do seu estado de espírito, da sua opinião sobre si mesma. No texto, predomina a linguagem conotativa e o enfoque é subjetivo.

Descrição de cenários / de paisagens / de espaço
Texto 11 - Passagens do romance "Terras do Sem Fim" (Jorge Amado)
A sombra das roças é macia e doce, é como uma carícia. Os cacaueiros se fecham em folhas grandes que o sol amarelece. Os galhos se procuram e se abraçam no ar, parecem uma árvore subindo e descendo o morro, a sombra de topázio se sucedendo por centenas e centenas de metros.
Tudo nas roças de cacau é em tonalidades amarelas, onde, por vezes, o verde rebenta violento. De um amarelo aloirado são as minúsculas formigas pixixicas que cobrem as folhas dos cacaueiros e destroem a praga que ameaça o fruto. De um amarelo desmaiado se vestem as flores e as folhas novas que o sol pontilha de amarelo queimado. Amarelos são os frutos precoces que pecaram ao calor demasiado. Os frutos maduros lembram lâmpadas de oiro das catedrais antigas, fulgem com um brilho resplandecente aos raios do sol, que penetram a sombra das roças. Uma cobra amarela - uma papa-pinto - acalenta o sol na picada aberta pelos pés dos lavradores. E até a terra, barro que o verão transformou em poeira, tem um vago tom amarelo, que se prende e colore as pernas nuas dos negros e dos mulatos que trabalham na poda dos cacaueiros. Dos cocos maduros se derrama uma luz doirada e incerta que ilumina suavemente pequenos ângulos das roças.
Da mata vinham trinados de pássaros nas madrugadas de sol. Voavam sobre as árvores as andorinhas de verão. E os bandos de macacos corriam numa doida correria de galho, morro abaixo, morro acima. Piavam os corujões para a lua amarela nas noites calmas. Cobras de inúmeras espécies deslizavam entre as folhas secas, sem fazer ruídos, onças miavam seu espantoso miado nas noites do cio.

Texto 12 - Trecho do romance Clara dos Anjos (Lima Barreto)
A rua em que estava situada sua casa desenvolvia-se no plano e, quando chovia, encharcava e ficava que nem um pântano; entretanto, era povoada e se fazia caminho obrigatório das margens da central para a longínqua e habitada freguesia de Inhaúma. Carroções, carros, autocaminhões que, quase diariamente, andam por aquelas bandas a suprir os retalhistas de gêneros que os atacadistas lhes fornecem, percorriam-na do começo ao fim, indicando que tal via pública devia merecer mais atenção da edilidade.

Texto 13 - Trecho de Ópera dos mortos, de Autran Dourado
O senhor querendo ver, primeiro veja:
Ali naquela casa de muitas janelas de bandeiras coloridas vivia Rosalina. Casa de gente de casta, segundo eles antigamente. Ainda conserva a imponência e o porte senhorial, o ar solarengo que o tempo de todo não comeu. As cores da janela e da porta estão lavadas de velhas, o reboco, caído em alguns trechos como grandes placas de ferida, mostra mesmo as pedras e os tijolos e as taipas, de sua carne e ossos, feitos para durar toda a vida; vidros quebrados nas vidraças, resultado do ataque da meninada nos dias de reinação, quando vinham provocar Rosalina (não de propósito e ruindade, mas sem-que-fazer de menino), escondida detrás das cortinas e reposteiros; nos peitoris das sacadas de ferro rendilhados formando flores estilizadas, setas, volutas, esses e gregas, falta muito das pinhas de cristal facetado cor de vinho que arrematavam nas cantoneiras a leveza daqueles balcões.
Um recuo no tempo pode se tentar. Veja a casa como era e não como é ou foi agora. Ponha tento na construção, pense no barroco e nas suas mudança, na feição do sobrado, na sua aparência inteira, apartada, suspensa (não, oh tempo, páre as suas engrenagens e areias, deixe a casa como é, foi ou era, só pra gente ver, a gente carece de ver; impossível com a sua mediação destruidora, que cimenta, castradora); esqueça por um momento os sinais, os avisos surdos das ruínas, dos desastres, do destino.

Texto 14- Trecho de Corações mordidos, de Edla van Steen
Talvez devesse começar pelo cenário. O nome do lugar: Aldeia dos Sinos. Soa meio precioso, mas tem sua razão de ser. Olhando-se por cima, a aldeia é uma imensa área verde, cortada ao meio pela avenida asfaltada. Do lado direito, aparece o esqueleto da igreja, as ruínas de um prédio de quatro andares e a rua das Palmeiras; as ruas que existiam originalmente foram desaparecendo, por falta de conservação. O mato cobriu todas. Ainda se pode ver alguma, mas rabulenta capenga em um ou outro mourão de eucalipto: ruas das Mangueiras, das Araucárias, dos Coqueiros. Do lado esquerdo da avenida, um lago. E o cemitério, que é muito bonito. Em vez de túmulos, em cada lote, delimitado por plantas, vê-se apenas uma placa de concreto, com o nome do morto. Só tem uma construção vertical onde estão instalados os velórios e a administração.

Texto 15 - Cidadezinha qualquer (Carlos Drummond de Andrade)
Casas entre bananeiras,
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar. 

Um homem vai devagar
Um cachorro vai devagar
Um burro vai devagar 

Devagar...as janelas se olham 

Eta vida besta, meu Deus.
Texto 16 - Cidadezinha cheia de graça (Mario Quintana)
Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça... 

Sua igrejinha de uma torre só!
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Cidadezinha tão pequenina
Que toda cabe num olhar...

Comentários sobre descrição de cenários/ de paisagens/ de espaço
Nestas descrições, em que o exterior é focalizado, o autor põe o leitor em contacto com o local em que têm lugar os acontecimentos, os fatos. Dependendo de sua intenção, o autor pode se colocar em íntimo contacto com a natureza, por meio de uma linguagem cheia de afetividade, ou pode se limitar a transmitir os traços que compõem o cenário. A descrição será, então, mais viva e pessoal, ou mais apressada e menos detalhada.
Os textos descritivos variam de acordo com as épocas em que foram produzidos, e isto é notado a partir dos recursos utilizados pelo autor. Os românticos, por exemplo, fazem um amplo uso de aspectos sonoros, visuais, recorrem aos pormenores, enquanto os realistas se equilibram mais entre a observação e a análise.

Descrição de ambientes
Texto 17 - Luz (Francisco Alvim)
Em cima da cômoda
uma lata, dois jarros, alguns objetos
entre eles antigas estampas
Na mesa duas toalhas dobradas
uma verde, outra azul
um lençol também dobrado livros chaveiro
Sob o braço esquerdo
um caderno de capa preta
Em frente uma cama
cuja cabeceira abriu-se numa grande fenda
Na parede alguns quadros
Um relógio, um copo.
Texto 18 - Trecho de "A relíquia" (Eça de Queiroz)
"Estávamos sobre a pedra do Calvário.
Em torno, a capela que a abriga, resplandecia com um luxo sensual e pagão. No teto azul-ferrete brilhavam sóis de prata, signos do zodíaco, estrelas, asas de anjos, flores de púrpura; e, dentre este fausto sideral, pendiam de correntes de pérolas os velhos símbolos da fecundidade, os ovos de avestruz, ovos sacros de Astarté e Baco de ouro. [...] Globos espelhados, pousando sobre peanhas de ébano, refletiam as jóias dos retábulos, a refulgência das paredes revestidas de jaspe, de nácar e de ágata. E no chão, em meio deste clarão, precioso de pedraria e luz, emergindo dentre as lajes de mármore branco, destacava um bocado de rocha bruta e brava, com uma fenda alargada e polida por longos séculos de beijos e afagos beatos."
 
Comentário sobre os textos 17 e 18
Os dois textos acima descrevem um ambiente, mas, enquanto no primeiro, predomina o caráter subjetivo, no segundo, destaca-se o caráter objetivo. A preferência por um ou outro aspecto vai depender das intenções do autor. No primeiro, o cenário do quarto é desvendado por meio da enumeração dos objetos, sem entrar em maiores detalhes. Nesta descrição, o ambiente é muito mais sugerido que descrito de fato.
No segundo texto, a capela é reproduzida em detalhes, de maneira objetiva. Características bastante claras, como "paredes revestidas de jaspe, de nácar e de ágata" revelam um ambiente definido, em que predomina a precisão dos seus componentes.

Texto 19 - trecho de conversa informal (entrevista)
"Bom, o meu quarto é uma maravilha. No meu quarto tem um banheiro dentro, o que eu acho maravilhoso, um banheiro dentro muito bonitinho. O quarto também é todo acarpetado, como é acarpetada a sala, o corredor, o resto do apartamento. Tem um armário enorme também, com as portas em madeira, as portas são todas trabalhadas em madeira talhada, beleza, bonitinho. Também deixaram as cortinas que são muito bonitas, de tafetá, cor coral, a colcha da cama combina com a cortina ..." [Corpus do Projeto NURC/RJ - UFRJ- Mulher, 30 anos - Tema: Casa]

Comentário sobre o texto 19
Neste trecho da entrevista, a informante descreve o quarto de dormir, nomeando as peças que compõem o ambiente e fornecendo detalhes (cortinas de tafetá, cor coral, colcha combinada com a cortina) que ajudam o ouvinte/leitor a imaginar esse cômodo da casa. Por meio de adjetivos, como bonitinho, bonitas, maravilhoso, demonstra sua afetividade pelo quarto.

Descrição de situações/coisas
Texto 20 - Trecho da carta de Pero de Magalhães Gandavo
Outra fruta há nesta terra muito melhor, e mais prezada dos moradores de todas, que se cria em uma planta humilde junto do chão: a qual planta tem umas pencas como de erva babosa. A esta fruta chamam ananases, e nascem como alcachofras, os quais parecem naturalmente pinhas, e são do mesmo tamanho, e algumas maiores. Depois que são maduros, têm um cheiro mui suave e comem-se aparados feitos em talhas. São tão saborosos que a juízo de todos não há fruta neste Reino que no gosto lhes faça vantagem.

Texto 21 - Preparação para a morte (Manuel Bandeira)
 
A vida é um milagre
Cada flor,
Com sua forma, sua cor, seu aroma,
Cada flor é um milagre.
Cada pássaro,
Com sua plumagem, seu vôo, seu canto,
Cada pássaro é um milagre.
O espaço, infinito,
O espaço é um milagre.
O tempo, infinito,
O tempo é um milagre.
A memória é um milagre.
A consciência é um milagre.
Tudo é milagre.
Tudo, menos a morte.
- Bendita seja a morte, que é o fim de todos os milagres.
Fonte: http://acd.ufrj.br/~pead/tema07/literarios.html

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Artigo e Produção Didático-Pedagógica _ PDE 2009

Acesse o link:
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LEIO, LOGO EXISTO: ensino e aprendizagem de leitura – formação ... Leio, logo existo, do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE/SEED. O objetivo ...
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/.../2009_uel_portugues_artigo_geisa_maria _martins_mota.pdf
MarcadoArtigosPDE 2009
Formato do arquivo: PDF/Adobe Acrobat
Leio, logo existo” é um Projeto de Intervenção na Escola desenvolvido durante o .... O projeto “Leio, logo existo” trabalhará com algumas estratégias de leitura.
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/.../2009_uel_portugues_md_geisa_maria_ martins_mota.pdf
MarcadoPDE 2009Produções ...
Segue alguns vídeos do material:
Criança Adormecida, de Almas Errantes
São Paulo - SP
Fonte: http://youtu.be/lnLaT1eC0sU

Mensagem, de Jorge Pai e Jorge Filho
Bela Vista do Paraíso- PR
Fonte: http://youtu.be/HeR3-i3ic1g

Moleque de Rua, de Edson Jacia Zonetti
Paranavaí- PR


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Centenário de Rubem Braga

Fonte: http://msalx.revistaescola.abril.com.br/2013/01/08/1646/LfC4j/rubem-braga.jpeg
Rubem Braga: o maior cronista brasileiro do século 20

        Conheça mais sobre a vida e a obra do jornalista e escritor de Cachoeiro de Itapemirim, cujo centenário de nascimento é comemorado no dia 13 de janeiro de 2013. Para os críticos, Braga é sinônimo do gênero literário que consagrou, a crônica.

      Há 23 anos, o escritor capixaba Rubem Braga recebeu a chegada da morte, assim como escolheu passar a vida. Em seu apartamento em Ipanema, o cronista e jornalista convidou alguns amigos, despediu-se aos poucos e morreu sozinho, vítima de um tumor na laringe que optou por não tratar nem cirúrgica, nem quimicamente. Em um de seus últimos textos, Rubem escreveu:
Hoje venta noroeste, amanhã é lua cheia. Depois virão outras luas e outros ventos, mas isso também é fútil. Pois um dia as luas podem girar no céu e os ventos rodarão na terra com meiguice ou fúria, e isso não te importará, como também, tudo o que foi. Por que, então, te afliges agora? Que a brisa do mar invente espumas, e depois venham as chuvas frias, o sol e depois no céu limpo suba, imensa, a lua - não pense que isto tenha a ver contigo. Não existes. Nada tem a ver contigo.
Acesse: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/rubem-braga-maior-cronista-brasileiro-seculo-20-730755.shtml 


Planos de aula da Revista Nova Escola
Acesse o link: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/plano-de-aula-cronica-genero-jornalismo-literatura-747026.shtml

Leia a crônica abaixo:

Recado ao Senhor 903
Vizinho,
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito a repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor; é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor. Todos esses números são comportados e silenciosos: apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a se retirar às 21h45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois as 8h15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará ate o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada: e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.
[...] Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: ‘Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou’. E o outro respondesse: ‘Entra vizinho e come do meu pão e bebe do meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e a cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela’.
E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.

(BRAGA, Rubem. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 1991)
Fato corriqueiro...
Há na crônica uma série de eventos aparentemente banais, que ganham outra "dimensão" graças ao olhar subjetivo do autor. O leitor acompanha o acontecimento, como uma testemunha guiada pelo olhar do cronista que tem a pretensão de registrar de maneira pessoal o acontecimento. O autor dá a um fato corriqueiro uma perspectiva, que o transforma em fato singular e único.
No caso da crônica "Recado ao Senhor 903", há uma crítica à desumanização na cidade grande, na qual somos, muitas vezes, apenas números e não pessoas. O surpreendente é a inversão proposta pelo narrador ao final da crônica: no lugar da intolerância, tão comum nas cidades grandes, ele propõe um possível acolhimento amigo.
Outro aspecto é que as personagens das crônicas não têm descrição psicológica profunda, pois, são caracterizadas por uma ou duas características centrais, suficientes para compor traços genéricos, com os quais uma pessoa comum pode se identificar. Em geral, as personagens não têm nomes: é a moça, o menino, a velha, o senador, a mulher, a dona de casa. Ou têm nomes comuns: dona Nena, seu Chiquinho, etc...

Análise da linguagem
1) Intenção e linguagem
O narrador-personagem da crônica (ou remetente da carta ao vizinho) reconhece que faz barulho e por isto pede desculpas. Veja, assim, as palavras e afirmações que usou para construir essa ideia: "consternado", "desolado", "lhe dou inteira razão", "O regulamento do prédio é explícito", "Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso", "Peço desculpas", "Prometo silêncio".

No entanto, através de ironias, o narrador reconhece sua falta, mas explicita que não concorda com a situação, uma vez que a aborda também de outro ângulo, problematizando as relações entre as pessoas e não simplesmente aceitando a situação como algo imutável. E faz isso, especialmente, quando:
  • ironiza a estruturas dos prédios em que as pessoas ficam empilhadas, perdendo o contato humano;
  • refere-se a todos os vizinhos, incluindo ele próprio, pelo número do apartamento e não pelo nome;
  • critica o isolamento e a distância entre as pessoas cujas vidas estão limitadas pelas normas que cerceiam o convívio humano;
  • sonha com outra relação mais humana e fraterna, entre as pessoas.
    2) Ironia e humor
    a) Veja como o narrador usa uma fina ironia quando fala de si mesmo e dos motivos das reclamações do vizinho:
    "Todos esses números são comportados e silenciosos: apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenasnos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua." Verifique ainda como o uso do elemento "apenas", usado duas vezes intensifica a sua exclusão em relação aos demais moradores do prédio.
    b) O excesso de referência a números acaba por criar um efeito de humor e crítica social:
    "Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a se retirar às 21h 45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois as 8h 15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará ate o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305."
    Enfim, o efeito de humor tem a ver com:

  • o contraste entre uma situação e outra: os que mantêm silêncio e pessoas, como o narrador, que não o fazem;
  • o inesperado: o texto parece se encaminhar para um sentido e bruscamente aponta para outro.
    3)Uso de verbo
    Quando o narrador quer sonhar com uma outra situação em relação, não só à sua vizinhança, mas também à vida na cidade grande, veja que ele constrói essa ideia usando verbos no pretérito imperfeito do subjuntivo, o que indica possibilidade/desejo/hipótese:
    "Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homembatesse à porta do outro e dissesse: 'Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou'. E o outro respondesse: 'Entra vizinho e come do meu pão e bebe do meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e a cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela'.
    E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.
    4)Uso dos artigos
    Releia os trechos:
    a) "Quem fala aqui é o homem do 1003.".
    Foi usado o artigo definido ( o ), quando o narrador refere-se a si mesmo, particularizando, dessa forma, um indivíduo, entre outros.
    b) "Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que umhomem batesse à porta do outro e dissesse (...). E o outro respondesse (...)"
    Há artigo indefinido ("um homem"), quando foi introduzido um elemento ainda não citado no texto, generalizando-o. Há artigo definido ("o outro"), quando novamente se tem um indivíduo já citado, particularizando-o.
    Veja que essas escolhas linguísticas vão constituindo a ligação/coesão entre as partes do texto, de tal maneira que, mais do que saber o nome das classes da gramática - substantivos, adjetivos, artigos, advérbios, verbo, conjunção, pronome, preposição, numeral - é importante saber suas articulações na construção dos sentidos de um texto.

    Características das crônicas A crônica é um texto narrativo que:
  • É, em geral, curto;
  • Trata de problemas do cotidiano; assuntos comuns, do dia a dia;
  • Traz as pessoas comuns como personagens, sem nome ou com nomes genéricos. As personagens não têm aprofundamento psicológico; são apresentadas em traços rápidos;
  • É organizado em torno de um único núcleo, um único problema;
  • Tem como objetivo envolver, emocionar o leitor.
  • Alfredina Nery, Especial para a Página 3 - Pedagogia e Comunicação é professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua/linguagem/leitura.

    TEMAS DE REDAÇÃO

    DICAS: Como são os personagens? O que acontece de mais importante na história? Como é o lugar onde acontecem os fatos? Quando acontecem?
    ·         Lembre-se: sua história deve provocar medo no leitor. Crie suspense, deixando de contar alguns detalhes que só serão revelados no final.           
    ·         Para continuar a história você pode usar palavras sugeridas a seguir:

    NOMES
    AÇÕES
    CARACTERÍSTICAS
    Medo
    Pavor
    Calafrio
    Tremor
    Susto
    Fantasma
    Assombração
    Lobisomem
    Aparição
    Sombra
    Tremer
    Apavorar-se
    Assustar
    Arrepiar
    Arrepiar os cabelos
    Tremer como vara verde
    Mudar de cor
    Ficar com os cabelos em pé
    Medroso
    Assustador
    Espantoso
    Horrendo
    Horrível
    Horroroso
    Perigoso
    Terrível
    Medonho
    Apavorante

    1. Continue as histórias. Não se esqueça: use parágrafos e dê um título a elas: 
    (Escreva no mínimo 18 linhas em cada texto)

    Tema 1
    Era uma vez um peixinho muito curioso. Vivia espiando tudo o que havia no fundo do mar.
    Um dia, o peixinho se enfiou numa gruta sem fim. Quando tentava voltar topou com um polvo enorme!
    Mas,...

    Tema 2

    Era uma noite sem lua, daquelas bem escuras. Na varanda do sítio, Fábio, Tatiana, Marcos e Silvana conversavam, olhando o final da fogueira que tinham acendido para espantar os mosquitos.
    De repente...


    Tema 3
    Seu Abelardo é muito engraçado e distraído. Ele anda pelas ruas lendo jornal e esbarrando nas pessoas. Certo dia,...

    2. Conte a sua trajetória, ou seja, desde que levantou até a noite de um dia qualquer.
    3. Copie o Hino Nacional, Hino da independência e de São João do Ivaí. Anote seus autores.
    4. Pesquise algumas parlendas, trava-línguas, ditados populares e adivinhações.
    5. Recorte e cole em seu caderno: charges, tiras e cartuns. Pesquise o significado de cada gênero textual no dicionário.
    6. Produza um texto contando como seria a escola de seu sonho. Pode ser ilustrado.
    7. Elabore uma narrativa com a frase de Guimarães Rosa:
    “Viver é muito perigoso...”.


    8. Produza um texto que termine com o anúncio:
    “Vende-se um vestido de noiva, manequim 46, sem uso. Tratar com Marildes pelo telefone...”.
    9. Produza anúncios com ilustrações:
    a) Aviso 1: A torneira de lá do pátio está quebrada. Faça um aviso pedindo que ninguém abra a torneira.

    b)  Aviso 2: Foi encontrado um casaco azul na quadra. Faça um aviso informando ao dono do casaco para procurá-lo na secretaria com a Mara.

    c)    Componha um texto que tenha seu início ou término com o anúncio:
    “Piano, vendo urgente. Petit Brasil, novo, raro, lindo som, melhor oferta acima de 18 mil. Tratar F.X.- red. deste jornal”.

    10. Redija uma narração a partir do tema proposto:  
    “Com licença, mas este caso eu preciso contar...”.