Gênero textual: paródia de contos de fadas
- Sugestão para peça teatral - 7º "B"
A encantada Chapeuzinho Vermelho
Era uma vez uma garotinha que morava numa floresta distante.
Certa vez, esta menininha ganhou de presente uma capa de capuz vermelho, gostou
tanto do presente que nunca deixava de usá-lo, por isso ficou conhecida como
Chapeuzinho Vermelho.
Mas essa menina morava com sua madrasta, uma senhora má e com
suas duas filhas arrogantes. Elas faziam Chapeuzinho Vermelho trabalhar sem
parar:
- Chapeuzinho!
- O quê?
- Já para a cozinha, não se esqueça de limpar o chão! – disse
a madrasta.
- Está bem. – respondeu Chapeuzinho. - Depois posso
passear no jardim?
- Passear, nem pensar! – retrucou a madrasta.
- Ela pensa que é gente, essa menina horrorosa, sempre com
essa capinha vermelha tão fora de moda! – disseram as filhas da madrasta
irreverentemente.
E Chapeuzinho Vermelho trabalhava, trabalhava e trabalhava.
Um belo dia:
- Chapeuzinho, já aqui! – gritou a madrasta.
- Sim senhora.
- Quero que leve esses doces para sua avó, a mãe de seu
falecido pai, aquela velha sonsa, dizem que está doente. Ela bem que poderia
morrer logo, assim eu ficaria com aquela casa também.
- Que maravilha mamãe, mais uma casa, mais dinheiro, mais
vestidos, ficaremos mais bonitas!
- Bonitas, vocês! Nem vestidas de ouro! – disse Chapeuzinho.
- Mamãe dê um castigo para essa menina atrevida, faça-a passar
todos os nossos vestidos em uma hora! – pediram as meio-irmãs.
- Não, meninas, já vou mandá-la para a floresta mais perigosa
que existe, com muitos lobos e animais selvagens, é o suficiente – disse a
madrasta.
E lá se foi Chapeuzinho Vermelho pela floresta com sua cesta
de doces.
De repente, Chapeuzinho ouviu vozes ao longe, parecia uma
canção: -“Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou, parará tchim bum,
parará tchim bum, eu vou, eu vou...”
As vozes sumiram aos poucos, e a menina continuou andando,
observando as flores, os pássaros. Logo avistou um riacho de águas claras e
límpidas. Parou para descansar:
- Puxa! Que lugar bonito! Mas preciso me apressar, esta
floresta é cheia de lobos.
Quando se levantou para ir embora viu uma bruxa com uma cesta
cheia de maçãs. Chapeuzinho se assustou:
- Não fuja menina, eu só quero uma informação – disse a bruxa.
- Quem é você? – perguntou Chapeuzinho.
- O quê? Você não me conhece? Eu sou a mulher mais linda do
mundo, quer dizer, eu era até aquela menina ridícula crescer e aparecer.
- Quem?- Ah! Eu odeio essa menina, não posso nem dizer o seu
nome, mas, tenho uma surpresinha para ela!
Nesse instante a bruxa deu um passo à frente, tropeçou, caiu
e derrubou todas as maçãs.
- Droga! Minhas maçãs! – gritou a bruxa enfurecida.
Chapeuzinho ficou encantada com tão belas maçãs e pegou uma
colocando-a em uma cesta, sem que a bruxa percebesse.
- Não! Não precisa me ajudar! Eu mesma recolho tudo! Só quero
que me diga onde fica a casa dos sete anões.
- Mas eu não sei! – respondeu Chapeuzinho.
- Menina burra! Dê-me licença que não tenho tempo a perder! –
disse a bruxa empurrando Chapeuzinho para o lado.
Raivosamente a bruxa saiu andando pela floresta atrás de
Branca de Neve.
Chapeuzinho ficou aliviada, pois estava com medo da bruxa:
- “Puxa! Pensei que ela ia me transformar em sapo, dragão ou
sei lá o quê. Ah! Mas que maçã linda esta que peguei, deve estar deliciosa.”
Quando estava prestes a morder a fruta ouviu uma voz:
- Chapeuzinho!
- Quem é? – perguntou a menina.
- Sou eu!
- Eu quem? Quem está falando comigo? Será que estou sonhando?
Ou será um feitiço daquela bruxa?
- Não, não é um sonho, sou eu, o Lobo!
- Ah, não! Um Lobo!
- Calma menina, não vou lhe fazer mal, só quero saber onde
vai e o que tem aí nesta cesta.
- Não pode ser! Quando fico livre daquela madrasta e suas
filhas, encontro uma bruxa, ela vai embora e agora me aparece um Lobo. Ah! Que
vida a minha!
- Você não respondeu as minhas perguntas Chapeuzinho!
- Eu estou indo levar esses doces para minha avó, do outro
lado da floresta, por quê?
- Por nada, eu só queria saber. É que estou com muita fome e
pensei se você não poderia me dar esses doces.
- Ah! Não posso seu Lobo, minha madrasta me mata, se souber.
- E esta maçã parece deliciosa.
- Também não posso lhe dar, é para minha avó! – mentiu
Chapeuzinho, pensando comê-la mais tarde.
- Menina malvada e egoísta, pois então eu vou devorar sua
velha avó! – disse o Lobo saindo em disparada.
Chapeuzinho Vermelho muito assustada saiu correndo floresta
adentro.De repente ouviu uma bela voz chamar por ajuda. Era uma bela garota
loura, com longas tranças que estava presa no alto de uma torre.
- Me ajude, por favor! Estou presa aqui nesta torre, não
posso descer, só um príncipe pode me salvar!
- Me desculpe, mas preciso correr, o Lobo mau vai devorar
minha avó, mas, se eu encontrar um príncipe, mando vir lhe buscar!
Enquanto isso, o Lobo corria por outra estrada para ver se
chegava primeiro à casa da avó da menina.
E Chapeuzinho continuou pela floresta, até que chegou a uma
casa toda feita de chocolate, biscoitos, balas e doces, onde morava uma fada
madrinha.
Chapeuzinho apressadamente lhe contou sua história.
- Não chore menina, eu vou ajudá-la a ir para casa de sua avó
– disse a fada.
E apontando com a varinha mágica, a fada transformou uma
abóbora em uma bela carruagem, puxada por quatro cavalos. Partiu assim em
disparada para a casa de sua avó, a menina da capinha vermelha.
Finalmente chegou. Quando ia bater à porta, viu o Lobo que se
aproximava rapidamente para alcançá-la.
- Eu pretendia comer sua avó primeiro, mas já que está aqui,
vou lhe devorar agora! – gritou o animal lambendo os beiços.
A menina assustada correu e pulando a janela, trancou tudo.
A avó quando viu a neta, ficou muito feliz.
- Chapeuzinho, minha neta, que bom lhe ver, eu estava com
saudades!
-Fique quieta vovó, o Lobo está aí fora e quer nos comer!
- O quê? Um lobo? Ah! Minha netinha, eles vivem rondando
minha casa.
- Não, vovó, eu encontrei esse aí no meio da floresta e ele
está faminto!
Nesse instante, o Lobo nervoso por chegar atrasado gritou:
- Saiam já de dentro desta casa!
- Nós não vamos sair! – responderam as duas.
-Ah! Não vão sair! Eu estou com fome, e é melhor saírem logo!
- Não, não vamos!
Chapeuzinho e a avó estavam apavoradas.
- Vocês pensam que vão se livrar de mim? Vou soprar essa casa
até derrubá-la. – esbravejava o Lobo.
A avó de Chapeuzinho estava prestes a desmaiar de medo.
E o Lobo começou a soprar, soprar e soprar. A casa não caiu
porque era feita de tijolos e então, cansado de tanto soprar, resolveu
arrombá-la. Ele empurrou a porta com tanta força que a arrebentou e entrou.
- Agora, as duas estavam prestes a morrer!
- Eu não disse! Agora vou devorá-las! – falou o bichano
sorrindo de felicidade. Você não quis me dar esses doces Chapeuzinho, agora vou
comer vocês de uma só vez!
- Calma seu Lobo, toma, eu lhe dou tudo, mas não nos coma,
por favor! – implorou Chapeuzinho.
- Agora você está boazinha. Ah! Mas que maçã apetitosa essa!
- É toda sua seu Lobo, pode pegar - disse Chapeuzinho,
empurrando a maçã para o Lobo.
- É, vou comer essa maçã como aperitivo, depois devorarei as
duas.
O que ele e nem ninguém sabia é que aquela maçã era
envenenada e estava reservada para a Branca de Neve.
Mal o Lobo deu a primeira mordida, caiu desmaiado no chão.
A avó e a menina choraram de tanta alegria.
Em seguida as duas o pegaram e o jogaram dentro do rio.
Ao voltarem para casa:
- Vovó, que susto!
- Nem me diga, minha neta, pensei que íamos virar comida de
Lobo.
- Puxa, vovó, eu não sabia que aquela maçã estava envenenada,
que bom que não a comi.
- Não pense nisso agora, está tudo bem – disse a avó.
- Vovó, o que é isso? – perguntou Chapeuzinho, olhando para
uma estranha máquina com uma agulha na ponta.
- Não mexa minha netinha, me disseram que é uma roca
encantada. Um dia, certos guardas de um castelo longínquo, trouxeram-na porque
o rei não queria nenhuma roca em seu reino, eu nunca a usei porque fiquei com
medo.
Mas Chapeuzinho, muito curiosa, colocou o dedo na roca.
- Ai! Furei o meu dedo!
Nesse instante, Chapeuzinho caiu em um sono profundo e sua
avó também. Ah! Que ironia do destino!
Pobre Chapeuzinho Vermelho, dormirá por uns anos, até que
cresça, e,um dia, um bravo príncipe, montado em um lindo Corcel branco, venha
lhe despertar com um apaixonado beijo de amor.
*(Professoras da Rede municipal de Jundiaí - SP)
Observações: A obra citada já foi apresentada duas vezes como peça teatral, mas infelizmente não tenho as imagens.
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