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sábado, 2 de fevereiro de 2013

Narração


A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço, organizados por uma narração feita por um narrador.
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a história.

Existem três tipos de foco narrativo:
- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.

- Narrador-observador: é aquele que conta a história como alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a história é contada em 3 pessoa.

- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece misturada com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre).

É comum que o texto narrativo apresente a seguinte estrutura:
  • Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
  • Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax.
  • Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
  • Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.

Os personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são elementos vitais.
As personagens são principais ou secundárias, conforme o papel que desempenham no enredo, podem ser apresentadas direta ou indiretamente.

A apresentação direta é quando o personagem aparece de forma clara no texto, retratando suas características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo. Por Sabrina Vilarinho
Adaptação da fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/

 Análise de parágrafos de narrativa

Um homem de consciência, de  Monteiro Lobato
1.º parágrafo
Chamava-se João Teodoro, só. O mais pacato e modesto dos homens. Honestíssimo e lealíssimo, com um defeito apenas: não dar o mínimo valor a si próprio. Para João Teodoro, a coisa de menos importância no mundo era João Teodoro. [Até aqui é exposição.]

2.º parágrafo
Nunca fora nada na vida, nem admira a hipótese de vir a ser alguma coisa. E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se para terra melhor.

3.º parágrafo
Mas João acompanhava com aperto de coração o deperecimento visível de sua itaoca.  [Nesses dois parágrafos, discurso do narrador.]

4.º parágrafo
- Isto já foi muito melhor, dizia consigo. Já teve três médicos bem bons
– agora só um bem ruinzote. Já teve seis advogados e hoje mal há serviço para um rábula ordinário como o Tenório. Nem circo de cavalinhos bate mais por aqui. A gente que presta se muda. Fica o restolho. Decididamente, a minha Itaoca está se acabando... [Monólogo interior.]

5.º parágrafo
João Teodoro entrou a incubar a idéia de também mudar-se, mas para isso necessitava dum fato qualquer que o convencesse de maneira absoluta de que Itaoca não tinha mesmo conserto ou arranjo possível. [Discurso do narrador.]

6.º parágrafo
- É isso, deliberou lá por dentro. Quando eu verificar que tudo está perdido, que Itaoca não vale mais nada de nada de nada, então arrumo a trouxe e boto-me fora daqui. [Monólogo interior.]

7.º parágrafo
Um dia aconteceu a grande novidade: a nomeação de João Teodoro para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada no crânio. Delegado, ele! Ele que na era nada, nunca fora nada, não queria ser nada, não se julgava capaz de nada...

8.º parágrafo
Ser delegado numa cidadezinha daquelas é coisa serilíssima.
Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta, que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa colossal ser delegado – e estava ele, João Teodoro, de-le-ga-do de Itaoca!...[Discurso do narrador.]

9.º parágrafo
João Teodoro caiu em meditação profunda. Passou a noite em claro, pensando e arrumando as mals. Pela madrugada botou-as num burro, montou seu cavalo magro e partiu. [Clímax da história.]

10.º parágrafo
- Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?

11.º parágrafo
- Vou-me embora, respondeu o retirante. Verifiquei que Itaoca chegou mesmo ao fim.

12.º parágrafo
- Mas, como? Agora que você está delegado?

13.º parágrafo
- Justamente por isso. Terra em que João Teodoro chega a delegado, eu não moro. Adeus. [Discurso direto.]
14.º parágrafo
E sumiu. [Desfecho.]

Estrutura dessa narrativa

Exposição: 1.º parágrafo
Desenvolvimento: do 2.º ao 13.º parágrafo
Desfecho: 14.º parágrafo
Complicação: 7.º e 8.º parágrafos.
Clímax: 9.º parágrafo

Esquema de redação
Personagens:
• Personagens principais: protagonistas x antagonistas
• Personagens-auxiliares ou ajudantes.

Apresentação dos personagens:
• Direta: descrição de traços físicos e/ou psicológicos.
• Indireta: ações, comportamentos, acontecimentos vividos pelas personagens, falas.

Discurso:
• Direto
• Indireto
• Indireto livre

Enredo:
• Linear: começo – meio – fim – os acontecimentos são contínuos.
• Não-linear: descontinuidade temporal, cortes ou saltos na seqüência de ações, quebra da continuidade lógica e cronológica dos acontecimentos.
• Cronológico: dos relógios, objetivamente marcado.
• Psicológico: da duração interior das vivências.

Foco Narrativo:
• Narrador-personagem: 1ª pessoa
• Narrador-observador: 3ª pessoa
• Narrador-onisciente: conhece toda a história que relata e até os pensamentos dos personagens envolvidos nela.
Por Sabrina Vilarinho


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