Ler bem,
ou ser um leitor competente, não é apenas compreender o que
está dito, mas compreender também o não dito, as “entrelinhas”, o implícito
do texto.
O leitor
crítico é aquele que, diante de qualquer texto, verbal ou não verbal,
coloca-se numa postura ativa, de análise, de
resposta ao texto lido. Ele não só analisa o texto, mas também os
demais elementos da situação de produção: quem fala, para quem fala, em qual
contexto e momento histórico, em que meio ou suporte de divulgação, com
qual intenção, etc.
Como se
sabe, ninguém fala ou escreve sem ter um destinatário em mente. Quando alguém
produz um texto, tem uma intenção e supõe ou tem um interlocutor real. Leva em
conta, por exemplo, que seu texto pode interagir com o interlocutor, modificar seu
comportamento, suas ideias ou emoções; pode, por exemplo, informar, emocionar, defenderum ponto
de vista, ensinar, contar o que aconteceu...
Nenhum texto
é neutro, despretensioso. Todo texto está carregado de intenções,
significados explícitos e implícitos e ideologia que dependem impreterivelmente
do contexto em que foi produzido. Um mesmo texto pode ter, em um e outro
contexto, sentidoscompletamente diferentes, ou seja, a situação participa
da construção do sentido do texto.
O leitor competente é
aquele que, além do sentido das palavras, descobre também o
significado das pausas, dos silêncios, da pontuação...
Todas as
intenções e todos os significados, os explícitos e os implícitos, os
subterfúgios, as pausas e o silêncio precisam ser lidos, interpretados de modo
crítico e competente. Ler, nesse sentido, é assumir uma postura ativa
diante do que lemos ou escutamos. Só assim podemos ser leitores competentes
e críticos, prontos para o exercício da cidadania, prontos para a vida. Esse
é o maior desafio, porém a maior fonte de prazer da tarefa de ler.
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